Alquimia

Padrão

São as “entrevoltas” da vida

São os descaminhos

Os enlaces,

talvez nos emaranhando a cada dia

talvez nos libertando

talvez nos resgatando

talvez, talvez, talvez…

um dia

nesse dia, será que entenderemos tudo?

letra por letra

o que afinal quis o poeta com a minha vida?

seria ele amante das coisas fugidas?

ou seria eu um foragido amante da poesia?

Por que no papel, em brochura e livro

as rimas parecem tão leves?

Porque em vida ela parece tão fria!

Entre tantas voltas

seja na subida ou na caída

me despenco toda vez que cai o dia

a lua despertar seres estranhos em mim

entranhados em tudo que acreditei que fosse certo!

e meio tonto, me despeço de tudo que tenta me frear

entre voltas e mais voltas

tento alcançar  um fim, inútil!

Inútil!

…quem te abraça?

Padrão

é como que se de repente, todas as luzes se ascendessem
aquela luz quente! colorida, que acolhia
ficou fria e ninguém mais existia
a platéia vazia, e eu no centro do palco!
o que eu fazia?
só eles sabiam
só eles assistiram
só eles me condenavam pelos seus próprios vícios
prefiro pensar que fui protegido
dessas maldades condenadas, mostrando meus próprios perigos
teu dedo apontado na minha cara,
só expõem tuas maldades
mascadas num chiclete desbotado
e cuspido no meu caminho
que culpa tenho eu se no meu passo
esmaguei todas as tuas maldades?
grudentas e cheias de venenos salivares
a querer grudar no meu calcanhar
tentando achar meu ponto fraco
eu sempre escapo
porque enquanto todos se expurgam de seus medos,
depositando em seus olhos a satisfação de se acharem melhores,
mastigando toda a sua raiva
e a cuspindo sobre mim
e eu protegido
longe de tudo
resguardado
não sinto o cheiro podre que escapa dos seus sorrisos
e enquanto eu os abraço
eles ensaiam novas formas de me destruir!